quarta-feira, 9 de janeiro de 2013

Amizade


Amizade profunda em Cristo

Eli Folonari conta que Chiara foi convidada pelo menos 10 vezes para almoçar com o Papa João Paulo II e ele telefonava a Chiara todos os anos no dia de Santa Clara. Nos últimos anos, Chiara sempre esperava pela ligação do Santo Padre, pois tinha certeza que ele ligaria.

“Eu estive com Chiara em praticamente todos os encontros com João Paulo II, inclusive nos almoços, e eu posso dizer que existia um relacionamento em Cristo, quase fraternal, simples, espontâneo. O Santo Padre via em Chiara uma expressão da Igreja carismática, um dom de Deus para a Igreja de hoje”, destaca Eli.

Em 1998, num encontro que reuniu 300 mil pessoas de diversos carismas na Praça São Pedro, João Paulo II enfatizou que “a Igreja não é composta pelo aspecto institucional, que deve conservar os dogmas, mas também pelo aspecto carismático, esses dons que Deus manda segundo as necessidades da Igreja em cada época”. Tal visão, Eli ressalta, era algo novo para a Igreja Católica.

Relacionamento profundo em Cristo, uma amizade sobrenatural e uma grande sensibilidade para compreender o amor particular de Deus em cada carisma. Quando João Paulo II  faleceu, Chiara disse numa entrevista que “aquilo que parecia impossível aos canônicos, o Santo Padre tornou possível. Como, por exemplo, uma obra católica com membros de outras Igrejas, outras religiões, que não possuem uma fé religiosa, e que sempre tem uma mulher como guia desta obra que ainda há bispos, sacerdotes e religiosas, abrindo, assim, uma nova perspectiva da participação da mulher na Igreja”.

O centro mundial do Movimento dos Focolares recolheu cerca de 30 cartas assinadas por João Paulo II destinadas diretamente a Chiara Lubich, uma demostração de como o relacionamento deles era pessoal e direto. Em 1971, depois da inauguração da Sala Paulo VI no Vaticano, o Papa doou uma sala de convenções em Castel Gandolfo para este movimento, bem perto do Palácio Apostólico.

Arquivo
"Estou pessoalmente agradecido por esta valorosa mulher, a quem sempre senti próxima de mim", disse João Paulo II.
Embaixadora do Papa

“João Paulo II entendia muito bem o carisma de Madre Teresa e toda vez que se encontravam era uma festa”, destaca a religiosa da Congregação Missionárias da Caridade, Irmã Luiza.

Em 1979, mesmo ano que Madre Teresa de Calcutá é agraciada com o Prêmio Nobel da Paz, João Paulo II recebe-a em audiência privada e intitula-a "embaixadora" do Papa em todas as nações, fóruns e assembleias. “Você pode ir aonde eu não posso. Vá e fale em meu nome”, disse o Papa à religiosa.

A santidade da Madre Teresa foi logo reconhecida por João Paulo II após sua morte, em 1997. Foi beatificada pelo Pontífice em uma cerimônia no Vaticano, no dia 19 de outubro de 2003, após uma mulher do norte de Bengala, na Índia, ser curada de um tumor no estômago, por sua intercessão.

"Estou pessoalmente agradecido por esta valorosa mulher, a quem sempre senti próxima de mim. Imagem do Bom Samaritano, ela se acercava a qualquer lugar para servir a Cristo nos mais pobres entre os pobres. Nem os conflitos nem as guerras conseguiram detê-la", disse João Paulo II durante sua homilia na Missa de beatificação de Madre Teresa. 

Para o Papa polonês, o testemunho de vida desta religiosa recordava a todos que a missão evangelizadora da Igreja era vivida por meio da caridade, alimentada na oração e na escuta da palavra de Deus. "A emblemática deste estilo missionário é a imagem que reflete a nova Beata enquanto sustenta, com uma mão, a de uma criança e, com a outra, percorre a coroa do Rosário", afirmou. 

João Paulo II enfatizava sempre que Madre Teresa proclamava o Evangelho com sua vida entregue por inteiro aos pobres, mas, ao mesmo tempo, envolvida na oração. 

"Sua vida é um testemunho da dignidade e do privilégio do serviço humilde. Elegeu ser não só a última, mas a serva dos últimos. Como uma verdadeira mãe dos pobres, inclinou-se aos que sofriam diferentes formas de pobreza. Sua grandeza reside em sua capacidade de dar sem importar o custo, dar "até que doa". Sua vida foi uma vida radical e uma valente proclamação do Evangelho", ressaltou o Pontífice. 

Madre Teresa "levando as almas a Deus e Deus às almas" buscando saciar a sede dos homens por Cristo, principalmente a dos mais necessitados, aqueles cuja visão de Deus ficava obscurecida pelo sofrimento e a dor. 

"Nossa admiração a esta pequena mulher enamorada de Deus, humilde mensageira do Evangelho e infatigável bem feitora da humanidade. Honremos nela a uma das personalidades mais relevantes de nossa época. Acolhamos sua mensagem e sigamos seu exemplo", definiu João Paulo II. 

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