No seio (maternidade). A maternidade de Maria é a garantia do nascimento de Jesus como ser mano. Ele é dado à luz por uma mulher. «Quando chegou a plenitude do tempo, Deus enviou o seu Filho, nascido de uma mulher» (Carta aos Gálatas 4, 4). O mistério da Encarnação está intimamente ligado à maternidade de Maria. Nas discussões que se geraram sobre a identidade de Jesus Cristo, a Igreja proclama também a maternidade divina de Maria. Não existem dois Jesus Cristo (um humano e outro divino). «Jesus, nascido de Maria, é plenamente homem e plenamente Deus, sem confusão nem divisão, como especificará o Credo de Calcedónia no ano 451» (Bento XVI, «Jesus de Nazaré. Prólogo — A infância de Jesus», Princípia Editora, Cascais 2012, 48). A união, em Jesus Cristo, do humano e do divino acontece «no seio da Virgem Maria». Por isso, Maria é «Mãe de Deus», é mãe daquele que assume em si a natureza humana e divina. Entre a muita bibliografia sobre este assunto, tomamos a reflexão do Papa João Paulo II: «Quando o Concílio de Éfeso aplicou a Maria o título de ‘Theotokos’, Mãe de Deus, a intenção dos Padres do Concílio era garantir a verdade do mistério da Encarnação. Queriam afirmar a unidade pessoal de Cristo, Deus e Homem, uma unidade de tal forma única que a maternidade de Maria em relação a Jesus era, por isso mesmo, maternidade em relação com o Filho de Deus. Maria é ‘Mãe de Deus’ porque o seu Filho é Deus; embora seja mãe só na ordem da geração humana, dado que o Menino, que ela concebeu e deu à luz, é Deus, deve ser chamada ‘Mãe de Deus’. A afirmação da maternidade divina ilumina-nos sobre o sentido da Encarnação. Demonstra que o Verbo, Pessoa divina, se tornou humano: fez-se homem graças à participação de uma mulher na obra do Espírito Santo. Uma mulher foi associada de forma singular ao mistério da vinda do Salvador ao mundo. [...] Graças a Maria, Ele tem um verdadeiro nascimento e a sua vida na terra começa de maneira semelhante à de todos os outros humanos. Com a sua maternidade, Maria permite ao Filho de Deus ter — depois da conceção extraordinária pela ação do Espírito Santo — um desenvolvimento e uma inserção normal na sociedade humana» (www.vatican.va — Audiência Geral de 4 de janeiro de 1984).
Virgem Maria. A maternidade de Maria é excecional na conceção e no parto. Em ambos, Maria permanece «virgem». Muito se tem escrito, não faltando opiniões a favor e contra a virgindade de Maria (antes e depois do parto). Trata-se de uma realidade de difícil compreensão para a nossa inteligência. Mas não quer dizer que seja falso! Deus que criou o mundo não pode realizar tal milagre? «A conceção e o nascimento de Jesus da Virgem Maria são elementos fundamentais da nossa fé e um luminoso sinal de esperança» (Bento XVI, «Jesus de Nazaré. Prólogo — A infância de Jesus», 52).
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