sexta-feira, 11 de janeiro de 2013

O afeto do amor cristão


PASSO 1
Admitimos que éramos impotentes perante nossas dependências – que tínhamos perdido o domínio sobre nossa vida.


Situações de Perda – Gen. 16.1-15
 Às vezes, somos impotentes por causa das situações da vida. Talvez estejamos numa situação em que outras pessoas têm domínio sobre nós. Talvez percebamos que estamos sendo postos em ciladas pelas exigências de outros e que não há meios de agradar a todos. Estamos contra a parede: se agradarmos um decepcionaremos outro. Às vezes quando, nos sentimos perplexos e frustrados com nossos relacionamentos, almejamos boa dose de controle para escapar de nossos comportamentos adictivos.
Agar é um exemplo de impotência. Ela não usufruía de direitos. Enquanto moça, era escrava de Sarai e Abrão. Quando eles estavam tristes pelo fato de Sarai ser estéril, Agar foi entregue a Abrão para ser de substituta. Quando engravidou, como esperavam, Sarai ficou tão invejosa, que bateu em Agar, e Agar foi embora. Absolutamente sozinha no deserto, ela foi encontrada por um anjo, que lhe deu uma maravilhosa mensagem: “Volte para a sua dona e seja obediente a ela em tudo.” E o Santo do Senhor disse também: “Eu farei com que o número dos seus descendentes seja grande; eles serão tantos, que ninguém poderá contá-los. Você está grávida, e terá um filho, e porá nele o nome de Ismael, pois o Senhor Deus ouviu o seu grito de aflição.” (Gen. 16.9-11)
Quando somos apanhados em situações de perda, somos tentados a correr embora através dos nossos atalhos adictivos/compulsivos. Em momentos como esse Deus está ali e ouve os nossos clamores. Necessitamos aprender a expressar nossa dor perante Deus em vez de apenas tentar escapar dela. Deus ouve nossos fritos e está disposto a dar esperança para o futuro.

Auto-Engano Perigoso – Juízes 16.1-31
Quando nos recusamos admitir nossa impotência, somente enganamos a nós mesmos. As mentiras que contamos pra nós e para outros são conhecidas: “Posso parar quando quiser.” “Mantenho o controle: esta única vez não fará mal.” E, a todo o momento, estamos chegando mais próximos ao desastre.
Sansão foi um dos juízes de Israel. Enquanto criança fora dedicado a Deus, e Deus lhe havia dotado com força sobrenatural. Mas sansão teve toda uma vida de fraqueza: a maneira como se relacionava com mulheres. Sansão foi especialmente cegado para os perigos que enfrentava no seu relacionamento com Dalila. Seus inimigos a pagavam para descobrir o segredo da força de Sansão. Três vezes ela implorou Sansão para contar seu segredo. Cada vez ela estava pronta a entregar Sansão ao inimigo. Três vezes Sansão mentiu para Dalila e pode escapar. Mas cada vez ele chegava mais próximo ao momento de contar-lhe a verdade. Finalmente, Sansão revelou-lhe o segredo, foi capturado e morreu como escravo nas mãos do inimigo.
O real problema de Sansão se encontra nas mentiras que contou sobre si. Por não admitir sua impotência, permaneceu cego para o perigo óbvio ao qual seu orgulho e desejo por mulheres estrangeiras o conduziam. Isso o levou, gradativamente, ao caminho da morte.
Nós precisamos ser cuidadosos para não cair em armadilha semelhante. Ao aprendermos a reconhecer diariamente nossa impotência frente a nossas tendências adictivas/compulsivas, ficaremos mais atentos a comportamentos que, possivelmente, nos conduzirão à destruição.
Um Começo Humilde – 2 Reis 5.1-15

 Pode ser muito humilhante admitir nossa impotência, especialmente se somos usados a fim de manter-nos sob controle. Podemos ser fortes em algumas áreas de nossa vida, mas perder o contra sobre comportamentos adjetivos/compulsivos. Se nos recusamos admitir nossa impotência, podemos perder tudo. Essa parte impossível de ser manejada em nossa vida pode infestar e destruir tudo mais.
 As experiências do comandante do exército da Síria, chamado Naamã, ilustram a veracidade do que foi dito acima. Ele era uma figura militar e política poderosa, homem rico, de relevante posição e poder. Ele portava lepra, que ameaçava provocar a perda de tudo quanto estimava. Leprosos eram marginalizados de usas famílias e da sociedade. No fim das contas, sofriam morte lenta, dolorosa e desgraçada.
 Naamã ouviu a respeito de um profeta em Israel que poderia curá-lo. Encontrou o profeta, e o profeta lhe disse que, para ser curado, devia mergulhar sete vezes no rio Jordão. Naamã ficou distante, esperando que seu poder lhe proporcionasse cura instantânea e fácil. No fim, entretanto, reconheceu sua impotência, seguiu as instruções e recuperou-se completamente.
 Nossas “doenças” são tão ameaçadoras como a lepra do tempo de Naamã. Elas nos separam lentamente de nossa família e encaminham à destruição tudo que nos é importante. Não há cura instantânea ou fácil. A única resposta consiste em admitir nossa impot6encia, humilhar-nos e submeter-nos ao processo que poderá nos recuperar.
Esperança em Meio ao Sofrimento -  Jó 6.2-13

 Há ocasiões em que nós ficamos tão confusos e tão dominados pela dor em nossa vida, que chegamos a desejar a morte. Não importa o que fazemos, nós somos impotentes para mudar as coisas para melhor. O peso do sofrimento e da tristeza parece pesado demais para ser suportado. Não podemos entender por que nosso coração n+ao para e não permite a morte nos liberar.
 Jó sentia-se assim. Ele havia perdido tudo, mesmo tendo ele vivido uma vida correta. Seus dez filhos estavam mortos. Ele havia perdido seus negócios, seus bens e sua saúde. E tudo isso aconteceu numa questão de dias! Só lhe restam uma mulher de língua muito afiada para instigá-lo contra Deus e três amigos que o acusavam cpmp responsável da sua própria desgraça. Jó clamava: “Ah! Se a minha desgraça e os meus sofrimentos fossem postos numa balança, com certeza pesariam mais do que a areia do mar... Ah! Se Deus me desse o que estou pedindo! Ah! Se Deus respondesse à minha oração! Então ele me tiraria à vida; ele me atacaria e acabaria comigo! Onde estão as minhas forças para resistir? Por que viver, se não há esperança? Será que sou forte como a pedra? Será que o meu corpo é de bronze? Não sou capaz de me ajudar a mim mesmo, e não há ninguém que me socorra.” (Jó 6.2-3, 8-9, 11-13)
 Jó não sabia que o fim de sua vida seria ainda muito melhor do que o seu começo.
 “O Senhor abençoou a última parte da vida de Jó mais do que a primeira... E morreu bem velho.” (Jó 42.12, 17) Mesmo quando somos pressionados e parece que a morte é certa, ainda há esperança de que a nossa vida muda. Devemos lembrar: a vida pode ser boa novamente!
Impotentes Como as Crianças – Marcos 10.13-16

 Para muitos de nós que estamos em processo de recuperação, as lembranças da infância está cheias de medos porque nos sentíamos indefensos. Se fomos criados em uma família fora de controle, na qual descuidavam de nós, abusavam ou nos expunham à violência doméstica e a um comportamento disfuncional, o pensamento de impotência pode ser aterrador. Talvez até tenhamos prometido nunca mais ser tão vulneráveis como quando éramos crianças.
 Jesus nos diz que, para entrar no Reino de Deus, devemos ser como crianças, e isso incluem ser impotentes. Ele disse: “Eu afirmo a vocês que isto é verdade: quem não receber o Reino de Deus como uma criança nunca entrará nele.”(Mc 10.15)

 Em qualquer sociedade, as crianças são os membros mais dependentes. Não têm nenhum poder natural para se autoproteger; não têm meio para garantir que a sua vida seja segura, cômoda e satisfatória. As crianças pequenas são particularmente dependentes do amor, dos cuidados e da proteção de outros nas suas necessidades mais básicas. Elas precisam chorar, mesmo que nem saibam exatamente do que é que necessitam. Precisam confiar sua vida a alguém que é mais poderoso que elas e têm a esperança de que serão ouvidas e cuidadas com amor.
 Se queremos curar a nossa vida, nós também temos de admitir que somos verdadeiramente impotentes. Isso não significa que tenhamos de nos transformar outra vez em vítimas. Reconhecer a nossa impotência é uma apreciação franca da nossa situação na vida e um passo positivo para a recuperação.
A Mudança No Tempo Certo – Atos 9.1-9
 Há momentos importantes na vida que podem mudar o nosso destino. Com freqüência, são momentos em que nos sentimos confrontados com a nossa impotência diante dos acontecimentos da nossa vida. Esses momentos podem nos destruir ou arrumar para sempre a nossa vida numa direção melhor.

Saulo de Tarso (depois chamado Paulo; veja Atos 13.9), viveu um desses momentos. Depois da ascensão de Jesus, Saulo assumiu a tarefa de deixar o mundo sem cristãos. Enquanto ia ao caminho para Damasco a fim de cumprir a sua missão, “de repente uma luz que vinha do céu brilhou em volta dele. Ele caiu no chão e ouviu uma voz que dia: ‘Saulo, Saulo, por que me persegue?... Eu sou Jesus, aquele que você persegue. Mas levante-se, entre na cidade, e ali dirão a você o que deve fazer’. Saulo se levantou do chão e abriu os olhos, mas sem poder ver nada. Então eles o pegaram pela mão e o levaram para Damasco. Ele ficou três dias sem poder ver e durante esses dias não comeu nem bebeu nada.” (Atos 9.3-6, 8-9)

  De repente, Saulo foi confrontado com o fato de que a sua vida não era tão perfeita como ele havia pensado. A autojustificação tinha sido a sua marca registrada. No entanto, ao abandonar as usas ilusões de poder, ele se transformou em um dos homens mais poderosos que já existiu: o apóstolo Paulo. Quando somos confrontados com a verdade de que a nossa vida não está sob o nosso controle, é hora de decidir. Podemos continuar negando essa verdade e nos apegando à autojustiça ou podemos encarar o fato de que estivemos cegos diante de alguns assuntos importantes. Se estivermos dispostos a ser guiados para a nossa recuperação e para uma maneira nova de viver, então encontraremos o verdadeiro poder.
O Paradoxo da Impotência – 2 Cor. 4.7-10

 Talvez tenhamos medo de confessar que precisamos de forá e que a nossa vida já está sem controle. Se reconhecessemos que somos impotente, por acaso não nos sentiríamos tentados a nos render completamente na luta contra a nossa adicção? Parece que não  há sentido em confessar a nossa impotência e, mesmo assim, encontrar o poder para seguir adiante. Trataremos desse paradoxo quando passarmos pelos Passos Dois e Tres.
 A vida está repleta de paradoxos. O apóstolo Paulo nos diz: “Porém nós que temos esse tesouro espiritual somos como potes de barro para que fique claro que o poder supremo pertence a Deus e não a nós. Muitas vezes ficamos aflitos, mas não somos derrotados. Algumas vezes ficamos em dúvida, mas nunca ficamos desesperados.” (2 Cor. 4.7-8)
 Essa ilustração mostra um contraste entre um tesouro precioso e o singelo recipiente no qual esse tesouro está guardado. O poder vivente derramado na nossa vida do alto é o tesouro. O nosso corpo humano, com todos os seus defeitos e fraquezas, é o pode de barro. Como seres humanos, comos imperfeitos.
 Quando reconhecermos o paradoxo da impotência, poderemos sentir bastante alívio. Não temos de ser fortes sempre ou fingir que somos perfeitos. Podemos viver uma vida de verdade, com as suas lutas diárias, com um corpo humano assediado por fraquezas e, ainda, encontra o poder do alto para seguir adiante sem estar angustiados nem desesperados.

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