PROMESSA DA EUCARISTIA
O primeiro passo de Jesus foi preparar as pessoas para compreenderem
melhor a grande doutrina da Eucaristia. Opera um grandioso milagre,
multiplicando cinco pães em tanta quantidade que deu para saciar 5 mil pessoas,
sem contar as mulheres e crianças, sobrando 12 cestos de pedaços. Com este
milagre Jesus quis demonstrar ao povo seu poder divino (Jo 6,1-15).
Imediatamente, passou a falar de outro pão:
“Eu sou o Pão da Vida. Vossos pais comeram o maná no deserto e morreram.
Este pão é o que desce do céu para que não pereça quem dele comer. Eu sou o Pão
Vivo descido do céu. Quem comer deste Pão viverá eternamente. O pão que eu
darei é a minha carne para a vida do mundo”. (Jo 6,48-51).
Jesus não falava simbolicamente, mas literalmente, realmente. De fato,
os judeus começaram a discutir entre si: “Como este homem pode nos dar a sua
carne para comer?” (Jo 6,52). Mas Jesus não os corrige e afirma com mis força
ainda:
“Em verdade, em verdade vos digo: Se não comerdes a carne do Filho do
homem e não beberdes o seu sangue, não tereis a vida em vós. Quem come a minha
carne e bebe o meu sangue tem a vida eterna e eu o ressuscitarei no último dia.
Pois minha carne é verdadeiramente comida e meu sangue verdadeiramente bebida.
Quem come a minha carne e bebe o meu sangue permanece em mim e eu nele” (jo
6,53-56).
Apesar da clareza das palavras de Jesus, apesar de sua autoridade
divina, muitos dos seus discípulos não aceitaram a doutrina do Mestre e
começaram a deixá-lo sozinho. Mas Jesus não modificou sua doutrina. Aliás,
dirigindo-se aos doze, lhes disse:
“Não quereis também partir? Simão Pedro respondeu: Senhor, a quem
iremos? Só tu tens palavras de vida eterna e nós cremos e reconhecemos que és o
Santo de Deus” (Jo 6,67-69)
Jesus preferia que até os seus apóstolos o deixassem, do que modificar
sua doutrina. Eles não entenderam nada, mas confiaram na sua Palavra:
“Tu tens palavras de vida eterna”.
A INSTITUIÇÃO DA EUCARISTIA
Chegou a hora e compreender: a última Ceia. Um dia antes de morrer, na
Quinta-Feira Santa, reuniu os seus para que recebessem o seu testamento, suas
últimas vontades:
“Enquanto comiam, Jesus tomou um pão e, tendo abençoado, partiu-o,
distribuindo aos discípulos, e disse: Tomai e comei, isto é o meu Corpo. Depois
tomou um cálice e, dando graças, deu-lhes, dizendo: Bebei dele todos, pois é o
meu Sangue, o sangue da Aliança, que é derramado por muitos para remissão dos
pecados” (Mt 26,26-28).
Aqui não há dúvida: “isto é o meu Corpo... isto é o meu Sangue”. Jesus
não fala: isto parece ou simboliza o meu corpo, mas “isto é o meu corpo”. Aqui
precisamos acreditar que Jesus está presente na hóstia consagrada ou pegar a
Bíblia e rasgá-la, pois não á outra alternativa. Ou Jesus está presente na
Hóstia consagrada, ou Ele enganou todos, pois não há na Bíblia uma verdade ou
doutrina tão clara, tão certa, que não admita dúvidas, como esta.
COMO OS APÓSTOLOS ENTENDERAM ESTA DOUTRINA E A PRATICARAM
Os apóstolos entenderam tão bem a doutrina da Eucaristia e a ordem que
Ele lhes deu (“Fazei isto em memória de mim!”), que alguns anos mais tarde o
apóstolo Paulo escrevia assim aos seus de Corinto:
“O cálice da benção que abençoaram não é a comunhão com o Sangue de
Cristo? E o pão que partimos não é a comunhão com o Corpo de Cristo?” (1Cor
10,16).
“Com efeito, eu mesmo recebi do Senhor o que vos transmiti: na noite em
que foi entregue, o Senhor Jesus tomou o pão e depois de dar graças partiu-o e
disse: Isto é o meu Corpo, que é para vós. Fazei isto em memória de mim! Do
mesmo modo, após a ceia, também tomou o cálice, dizendo: Este cálice é a Nova
Aliança em meu Sangue. Todas as vezes que dele beberdes, fazei-o em memória de
mim. Pois todas as vezes que comeis deste pão e bebeis deste cálice anunciais a
morte do Senhor até que Ele venha. Eis por que todo aquele que comer do pão ou
beber do cálice do Senhor indignamente será réu do Corpo e do Sangue do Senhor.
Por conseguinte, que cada um examine a si mesmo antes de comer deste pão e
beber deste cálice, pois aquele que come e bebe sem discernir o Corpo do
Senhor, come e bebe a própria condenação” (1Cor 11,23-29).
Estas palavras duras e claras de S. Paulo são dirigidas à comunidade
cristã de Corinto, na qual alguns fiéis tomavam a comunhão sem preparação e sem
convicção profunda de que recebiam o verdadeiro Corpo e o verdadeiro Sangue de
Jesus.
Até aqui concluímos que Jesus está presente na hóstia consagrada,
realmente, com seu corpo, sangue, alma e divindade. Esta é a fé dos apóstolos
da Igreja primitiva. É a nossa fé. Quem duvida ou quem nega esta verdade, nega
todo o Cristianismo, pois a Eucaristia é o coração da Igreja.
DE QUE MODO JESUS SE TORNA PRESENTE NA EUCARISTIA?
Jesus tinha na mão um pão e falou assim: Este pão é o meu corpo. Os
acidentes, isto é, a cor, o cheiro, o peso, etc., ficaram os mesmos, porém
houve uma mudança intrínseca. A substância do pão passou a ser a substância do
corpo de Cristo, como a substância do vinho passou a ser a substância do sangue
de Jesus. Este milagre chama-se Transubstanciação, isto é, passagem de uma
substância para outra. É um fato único e na natureza não existe outro igual,
pois é realizado unicamente pelo poder divino do Criador. Os nossos sentidos
não percebe, a razão é incapaz de entender, mas a fé nas palavras de Jesus deve
ser firme e forte, pois só Ele tem palavras de vida eterna, e suas palavras de
vida eterna, e suas palavras são espírito e vida.
POR QUE JESUS FICOU ENTRE NÓS NA EUCARISTIA?
S. Tomás de Aquino enumera três motivos (Suma Teológica 3,75,1):
1º) A Eucaristia é o sacrifício da nova lei. Por meio deste sacrifício
nós oferecemos ao Pai Eterno, não uma vítima simbólica, como faziam os judeus
no AT, mas uma vítima real, o próprio Senhor Jesus Cristo, presente no altar.
2º) Este mistério da presença real de Cristo na Eucaristia serve também
para excitar a exercitar a nossa fé, pois neste sacramento são ocultadas aos
nossos sentidos tanto a divindade como a humanidade do Salvador.
3º) Jesus ficou na Eucaristia porque Ele é nosso amigo e porque nós
precisamos d´Ele. Porque precisamos da presença d´Ele. Se Ele é amigo e irmão,
devia esta conosco até o fim dos séculos. Porque sozinhos neste mundo cheio de
trevas e perigos nos perderíamos. E Ele, estando conosco, vindo ao nosso
coração, é o nosso alimento espiritual, a nossa força, o segredo das nossas vitórias
e da nossa felicidade, pois Ele mesmo tinha dito: “Sem mim nada podeis fazer”.
Isto é um mistério, mas é um mistério de amor. Para acreditar nesta verdade só
é preciso acreditar que Deus é Amor. A Eucaristia é o sacramento do amor.
A EUCARISTIA É SACRAMENTO E MISTÉRIO DA UNIDADE
É Mistério da unidade em dois sentidos:
Porque nos une a Cristo intimamente.
De fato, a Eucaristia contém o corpo, o sangue, a alma e a divindade de
Jesus Cristo. É o Cristo todo, o Cristo verdadeiro, como quando andava pela
Palestina, pregando, curando, dando paz, etc. Cada um de nós, quando recebe a
Comunhão, recebe todo o corpo, toda a alma e toda a divindade de Jesus no seu
coração:
“Quem come a minha carne e bebe o meu sangue, permanece em mim e eu
nele”. (Jo 6,56).
E Paulo, com a mesma certeza absoluta, reafirma:
“E o pão que partimos não é a comunhão com o corpo de Cristo?” (1Cor
10,16)
Entre Jesus e aquele que comunga há uma comunicação de vida. Nunca
estamos tão unidos a Cristo como na Comunhão. É o momento culminante da vida do
cristão. Naquele breve instante somos como que transformados, deificados,
mergulhados na divindade. Levamos Jesus no nosso coração, como Maria o levou em
seu seio puríssimo. É o mistério da unidade. Nesse mistério Jesus nos comunica
a sua graça, nos dá a sua força, coragem para enfrentar a vida. A Comunhão é o
segredo dos fortes. Nós somos fracos. Ele é forte. Nós temos medo do mundo. Ele
venceu o mundo!
Cada um deve experimentar o que Jesus realiza na alma, quando o
recebemos dignamente, conscientemente.
Quantos, mesmo entre os cristãos, ainda não descobriam que Ele está
presente entre nós, conosco, todo dia, para ser a nossa força, o nosso alimento
espiritual, o nosso segredo para vencer sempre.
Por isso, há entre nós muitos fracos, muitos medrosos, muitos que
duvidam, muitos angustiados, muitos desesperados... eles não sabem que Ele está
tão perto!
A EUCARISTIA NO UNE A TODOS OS CRISTÃOS DA TERRA
A Eucaristia é o sacramento da união, não só porque nos une intimamente
a Cristo, mas também porque nos une aos irmãos em Cristo. Antigamente, o
significado de união era entendido só nesse sentido. De fato, todos os que
recebem o corpo de Cristo recebem o mesmo alimento, a mesma comida espiritual.
É a graça divina, a vida divina, a mesma vida divina de Jesus, participada a
nós. Comungamos todos do mesmo pão. Recebemos todos o mesmo alimento
espiritual. Formamos todos um só corpo. É a união total em Cristo. É a Igreja
de Jesus.
“Já que há um só pão, nós, embora muitos, somos um só corpo, visto que
todos participamos desse único pão” (1Cor 10,17).
Como o vinho é o resultado de muitos cachos de uva, como o pão é o
resultado de muitos grãos de trigo, assim a Igreja, Corpo Místico de Cristo, é
um todo único, um Povo único, onde todos são irmãos pois têm a mesma vida
espiritual. Eis por que a Eucaristia é o sacramento da unidade. Eis por que,
quando o cristão recebe a Comunhão, deve sentir-se em paz com todos. Se foi
ofendido, se lhe fizeram injustiças ou disseram calúnias, deve sempre perdoar,
esquecer e sentir-se em paz. Do contrário, não poderia receber Cristo em seu
coração. À mesa da Comunhão não há diferença entre ninguém. O pobre e o rico, o
empregado e o patrão, o poderoso e o fraco, todos recebem o mesmo alimento
espiritual e se sentem irmãos. Cristo Jesus é o centro da unidade. E força,
amparo, coragem, segredo da paz de todos. N´Ele e por Ele todos encontram o
caminho da unidade e do amor.
Você já sabia que Jesus está tão perto de você?
Você já sabia que Jesus ficou porque é nosso amigo em todo momento e em
qualquer circunstância? A sua fé na presença real de Cristo na Eucaristia é
firme, forte, total? Qual é o caminho do cristão para resolver todos os seus
problemas?
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