sábado, 11 de maio de 2013

Voz da Igreja






É admirável que o amor entre um homem e uma mulher, um tipo de amor que envolve doação, parceira, carinho e também intimidade (inclusive sexual e erótica), seja marcado por Cristo com a Sua Graça, e que seja um Sacramento! O amor entre homem e mulher também é matéria de Sacramento, também é sinal do Amor de Deus!

O Catecismo da Igreja afirma: “O pacto matrimonial, pelo qual o homem e a mulher estabelecem comunidade (comum unidade) por toda a vida, por sua própria natureza ordenado ao bem dos esposos e à geração e educação dos filhos, entre os batizados foi elevado por Cristo Senhor à dignidade de Sacramento” (CIC 1601).

O homem e a mulher, pelo amor, assumem uma aliança por toda a vida. Primeiro por amor, para viver e cultivar o amor entre eles, e para que, se amando, sejam felizes. É isso que o Catecismo afirma, quando fala no “bem dos esposos”. Em segundo lugar, para partilhar esse amor com outros, especialmente com os filhos que Deus lhes enviar. O amor é assim: se espalha, se difunde... Quanto mais amor, mais partilha, mais expansão de amor. O amor é diferente do dinheiro e dos bens materiais: na economia do amor, quanto mais você der, mais terá. Se tentar guardar para si, ficará sem nada. Se compartilhar e dividir, ele crescerá, proporcionalmente.

O Catecismo diz ainda que esse amor foi elevado, por Cristo, à dignidade de Sacramento, isto é, sinal eficaz da Graça de Cristo. Até São Paulo, admirado, exclamou sobre isso: “É grande esse mistério (Ef 5, 32)!” A Escritura, do começo ao fim, fala do Matrimônio e do seu mistério profundo: já no Gênesis, logo após a criação do homem e da mulher, vem a ordem para crescerem e se multiplicarem. E a primeira palavra do homem foi uma declaração de amor: “Eva é carne da minha carne, osso dos meus ossos!”. Daí até o Apocalipse, que termina com a visão das Núpcias do Cordeiro (Cristo) com sua Igreja (a Jerusalém Celeste), vemos quanto o Matrimônio é sagrado.

Quando homem e mulher procuram o Sacramento do Matrimônio, é porque Deus os chamou para transformar o significado do amor que sentem um pelo outro em Mistério do Amor de Deus. O Dom do Sacramento do Matrimônio é, ao mesmo tempo, vocação e dever dos esposos, para que permaneçam fiéis um ao outro, acima de todas as provas e dificuldades, em sagrada Comunhão com a Vontade de Deus: na alegria e na tristeza, na saúde e na doença, na riqueza e na pobreza.

Importante: o Dom de Jesus Cristo aos casais unidos sacramentalmente não se esgota na Celebração do Matrimônio, mas começa aí, e acompanha o casal ao longo de toda a sua existência, até o fim.

Antes do Sacramento, o namoro - Antes do Matrimônio, é importantíssimo viver bem a fase do namoro. Namorar é coisa séria; exige compromisso, responsabilidade, fidelidade, respeito, companheirismo, seriedade, sentimentos verdadeiros, sinceridade e racionalismo, de ambas as partes. Jovens, não confundam namorar com “ficar”! Ao “ficar” com alguém, uma pessoa trata outra pessoa como se fosse um objeto descartável, que é usado e depois jogado fora. “Ficar” é quase uma face da prostituição, pois há jovens que “ficam” com várias pessoas diferentes numa só festa ou “balada”! Poderíamos dizer que é um tipo de prostituição considerada “light”, socializada. Tal prática leva ao vício, que é alimentado e fortalecido cada vez que se repete; o corpo se acostuma ao prazer, enquanto o sentimento e o desejo por algo mais sério, mais bonito e mais importante são desprezados. O sagrado que existe no relacionamento homem/mulher é pervertido.

É orientação da Igreja que os jovens tenham a experiência do namoro, pois é preparação para o Matrimônio. É no namoro que surge o discernimento e a decisão acertada para escolher aquele(a) que será o homem ou a mulher da sua vida, que viverá com você até que a morte os separe! Não se escolhe qualquer pessoa para ir morar junto e dividir tudo, pelo resto da vida! Tenha muito cuidado (mesmo!) para não machucar o coração e não complicar para sempre a sua vida.

Se para comprar um par de sapatos, por exemplo, é preciso cuidado, pois o modelo deve estar de acordo com o seu gosto, o seu jeito de ser e suas necessidades, imagine, então, escolher a pessoa com a qual você terá e criará os seus filhos, que será sua parceira ou parceiro para o resto da sua vida! É preciso analisar as atitudes, os gostos, o jeito... Observar se haverá harmonia num relacionamento definitivo. As prioridades daquela pessoa devem combinar com você e com o que você pretende construir na vida. O futuro marido ou esposa não precisa ser sua “cópia”, mas ter os mesmos princípios e valores é algo importantíssimo.

Se você é cristão praticante, por exemplo, cuidado para não se corromper com uma pessoa mundana, que poderá afastá-lo(a) da Igreja. Se você preserva o seu corpo com a castidade, guardando-se para uma pessoa especial, cuidado para não se entregar a um príncipe (ou princesa) que vai a transformá-la(o) num sapo!


Sacramento do Matrimônio: Prática

Curso de Preparação ao Matrimônio: A Igreja pede aos noivos que participem do curso de preparação da sua paróquia, que tem por objetivo ajudar os noivos a se prepararem bem para o casamento, tendo em vista a reflexão, o diálogo e orientações sobre vida a dois, com base em testemunhos de casais já casados. A equipe do curso normalmente é constituída de um casal coordenador, assistentes e casais animadores. São pessoas que têm experiência nas alegrias e dificuldades da vida de casado, e partilham seu testemunho. A duração do curso depende da paróquia. O ideal é que seja realizado alguns meses antes da data do casamento, para que haja uma reflexão real sobre o matrimônio.

Padrinhos: o Sacramento do Matrimônio não exige a presença de padrinhos, e sim de duas testemunhas. O Código de Direito Canônico (Cân. 1108) determina que somente é válido o Matrimônio contraído perante um ministro assistente e duas testemunhas.


Fontes e referência bibliográfica:
TABORDA, Francisco. Matrimônio Aliança - Reino, 2ª ed. São Paulo: Loyola, 2001.
MOSER, Hilário. O Sacramento do Matrimônio: Guia Prático em Perguntas e Respostas. Tubarão: Diocesana de Tubarão, 1999.

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