terça-feira, 28 de maio de 2013

Mistério da Igreja


PADRE GABRIELE  AMORTH
Famoso Exorcista da diocese de Roma.
CONFISSÕES DO INFERNO
AO MUNDO CONTEMPORÂNEO
7. EXORCISMO DE 30 DE MARÇO DE 1976
E – Exorcista.
J – Judas Iscariotes.

Contra Judas Iscariotes (J) e 
Belzebú, demônio do coro dos Arcanjos (B))
A VIRGEM SANTÍSSIMA COMANDA

PAIXÃO DE CRISTO
E - Então fala dos sofrimentos secretos de Cristo, como tu os viste, em nome (...)!
B - Nós nos olhamos muito, não queríamos ver nada daquilo. Rodopiávamos à sua volta como setas e ferimo-nos uns aos outros, cheios de cólera e raiva (grita). Naturalmente, sabíamos o que se passava. É claro que sabemos mais do que se poderá pensar. Mas a essa, a esta Emmerich, foi tudo mostrado dum modo positivo. Ela viu, por exemplo, que no Jardim das Oliveiras, Nosso Senhor Jesus Cristo sofreu muito mais horrivelmente do que se poderia imaginar.
Mesmo durante a sua vida, várias vezes suou sangue de angústia. Nós, demônios, perseguimo-Lo horrivelmente no Jardim das Oliveiras. Ele viu como nós, numa multidão medonha, nos precipitávamos sobre EleTínhamos as formas dos pecados, que os homens deveriam cometer mais tarde. Era nosso intento conseguir que, pela visão desse horror, o Filho de Deus perdesse a coragem de suportar esta Paixão. Ele viu um horror imundo que lhe fez sair pelos poros um suor de sangue.
Nestes momentos de obscuridade e horror abomináveis, Ele pensava que a sua Paixão, que era apenas dum homem - Ele era Deus, mas nessa altura não se sentia mais que um homem - não chegaria para apagar e expiar um pecado tão grande. Quis-se retirar, tremia sob a violência do sofrimento. Foi então que apareceu um Anjo com o Cálice para o fortificar. Na realidade, esse Cálice não era senão a aceitação daquele sofrimento. Ao beber o Cálice, Ele confirmava apenas que aceitava a Paixão (geme) e que estava disposto a beber todo o cálice até o fim (geme). Graças a isso, vós, poços de imundície, vereis um dia o Céu, a que nós jamais teremos acesso (furioso).
Mais tarde, Cristo foi ainda flagelado. Durante a flagelação o seu corpo foi ferido e lacerado até os ossos. Quando foi crucificado já não tinha sequer metade dos seus cabelos. Tinham-Lhos arrancado quase todos, o que aliás foi muito bem feito. Tinha uma figura elegante e pés de viajante. À força de tanto andar a pé, tinha a pele dura e calosa. Ao contrário, as mãos eram muito finas, demasiado finas para carregarem uma cruz tão pesada. Se nós tivéssemos podido provar só um pouco do seu Sangue derramado, só uma gota, então também nós o haveríamos de adorar por toda a eternidade.
Porém, Ele não no-lo permitiu. Para nós, já era demasiado tarde (rosna). Depois, na cruz, quando foi suspendido, tudo ofereceu por vós. Fazer tudo aquilo pelos homens, atiçou ainda mais o furor do inferno. Quando estava suspenso na cruz, era como um verme, como já disse Akabor: já não era homem... por vós. Porque é que Ele fez aquilo por vós? Por nós não o teria feito (solta gemidos que comovem). Um verme e não um homem, esmagado por todos (chora)!
Era como se Ele tivesse tomado sobre Si o peso dos pecados de toda a humanidade; parecera-Lhe ser o maior dos criminosos. Parecia-Lhe que fôra abandonado e repudiado por Deus Pai, de tal modo os seus verdugos O tinham golpeado, picado, flagelado e, por fim, deixado a esvair-se em sangue (resmunga) E tudo isto Ele fez por vós! Porque é que nós não o conseguimos evitar? (chora)
Se o próprio Senhor tanto fez por vós, quanto não deveríeis reparar uns pelos outros para evitar que tantas almas fossem para o inferno? Ele, que era Deus e não tinha pecados, realizou algo extraordinário, algo que jamais será realizado por qualquer mortal: e se Ele sofreu torturas tão atrozes, então vós deveríeis passar por toda a vida sob o machado do carrasco. E isso não seria muito, não seria nada que não tivésseis merecido.
Mas os homens não compreendem isto. Só pensam em levar uma vida de gozo, apesar do seu Mestre ter marchado à sua frente, com a Cruz e o bom exemplo, e ter suportado tormentos infernais. Sim, Ele suportou tormentos infernais. Mas durante pouco tempo. Nós próprios, no nosso ódio, admiramo-LO por ter feito tudo isto por vós! Jamais nos passara pela mente que Ele pudesse fazer uma tal coisa por um lixo imundo. Já o tínhamos previsto, mas nunca imaginávamos que fosse uma dádiva tão imensa.
Com tudo isto, quero ainda dizer que é preciso insistir na necessidade, durante a Quaresma, de fazer penitência em união com Cristo Jesus.
Durante quarenta dias Ele jejuou como nenhum homem mais jejuou ou jejuará... e também Ele sentiu a dureza da fome...

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