Batismo de sangue e batismo de desejo – tradições errôneas do homem
No primeiro milênio da Igreja viveram centenas de homens santos que são
chamados “Padres da Igreja”. Os Padres são unânimes desde o início que
ninguém entra no céu ou é liberto do pecado original sem o batismo na
água.Citando apenas alguns:
Santo Ambrósio, 387: “’A menos que um homem nasça novamente na água e no
Espírito Santo, ele não pode entrar no reino de Deus.’ Ninguém é excluído:
nem o infante, nem o impedido por alguma necessidade”.
Santo Ambrósio, De mysteris, 390-391:
“Você lê, portanto, que as três testemunhas no Batismo são uma:
água, sangue e o espírito; e você retira qualquer um desses, o Sacramento do
Batismo não é válido. Pois o que é a água sem a cruz de Cristo? Um
elemento comum sem qualquer efeito sacramental. Nem, por outro lado, há
qualquer mistério de regeneração sem água: pois ‘quem não renascer da água e do
Espírito não poderá entrar no Reino de Deus.’ [Jo. 3, 5]Mesmo um catecúmeno que
acredita na cruz do Senhor Jesus, pela qual ele também é marcado; mas, a menos
que ele seja batizado em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo, ele
não pode receber remissão dos pecadosnem ser recebedor do dom da graça
espiritual.”
“... Deus não perdoa pecados exceto ao batizado.”
Papa São Inocêncio, 414:
“Mas isso que Sua Fraternidade afirma os pelagianos pregam, que
até sem a graça do Batismo os infantes são capazes de ser favorecidos com as
recompensas da vida eterna, é totalmente idiota.”
E baseado nessas verdades, declaradas por Jesus no Evangelho (Jo. 3, 5),
passado de gerações pelos Apóstolos, e ensinada pelos padres, a Igreja Católica
infalivelmente definiu como um dogma que ninguém entra no céu sem o Sacramento
do Batismo.
Papa Paulo III, Concílio de Trento, Cânon 5, sobre o
Sacramento do Batismo, ex cathedra: “Se alguém disser que o
batismo é opcional, isto é, desnecessário para a salvação (Jo. 3, 5) seja
anátema.”
A despeito do fato que há uma constante tradição desde o início que
ninguém é salvo sem o batismo de água, nem todos os padres sempre permaneceram
consistentes com sua própria afirmação sobre esse ponto. E isto é onde
chegamos até às teorias do “batismo de sangue” e “batismo do desejo”. Mas
deve ser frisado que os padres da Igreja foram enganados e inconsistentes com
seu próprio ensinamento e a Tradição Apostólica em muitos pontos – já que eles
eram homens falíveis que cometeram muitos erros.
Padre William Jurgens: “... nós devemos enfatizar que um
texto particular patrístico [um enunciado particular de um padre] não é de
nenhum modo a ser reconhecido como uma ‘prova’ de uma doutrina
particular. Dogmas não são ‘provados’ por enunciados patrísticos, mas
pelos instrumentos do ensinamento infalível da Igreja. O valor dos
Padres e escritos é esse: na totalidade, eles demonstram o que a Igreja ensina
e ensina; e novamente, na totalidade, eles fornecem um testemunho ao conteúdo
da Tradição, que é por si mesma um veículo da revelação.”
Esse é o motivo pelo qual os católicos não formam conclusões
doutrinárias do ensinamento de um padre da Igreja ou um punhado de padres; um
católico vai pelo ensinamento infalível da Igreja proclamado pelos papas; e um
católico concorda com o ensinamento dos padres da Igreja quando eles estão
em concordância universal e constante desde o início e em
linha com o ensinamento dogmático católico.
Papa Bento XIV, Apostolica (# 6), 26 de Junho de 1749:
“O julgamento da Igreja é preferível àqueles de um Doutor renomado
pela sua santidade e ensinamento.”
Erros dos Jansenistas, # 30: “Quando alguém encontra uma doutrina
claramente estabelecida por Agostinho, ele pode absolutamente sustentá-la e
ensiná-la, não levando em consideração qualquer bula do papa.” –Condenado pelo
Papa Alexandre VIII
Papa Pio X, Humani Generis (# 21), 12 de Agosto de
1950: “Esse depósito da fé Nosso Divino Redentor tem dado para autêntica
interpretação não para cada fiel, nem mesmo para teólogos, mas somente para a
Autoridade Magisterial da Igreja”.
A Igreja Católica não reconhece infalibilidade em nenhum santo, teólogo
ou padre primitivo da Igreja. É somente um papa operando com a autoridade
magisterial que é protegido pelo Espírito Santo de ensinar erro sobre fé ou
moral.Assim, quando nós examinamos e mostramos como os homens da Igreja erraram
em tópicos de batismo de desejo e de sangue, isso é 100% consistente como
ensinamento da Igreja, que sempre reconheceu que qualquer homem da Igreja, não
importa quão grande seja, pode cometer erros, mesmo erros significantes.
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