sábado, 13 de julho de 2013

Voz do seminario

15º DOMINGO DO TEMPO COMUM-C 

“E quem é meu próximo?” Leituras: Deuteronômio 30, 10-14;  Salmo 68 (69), 14.17.30-31.33-34.36ab.37 (R/ cf. 33) ou Sl 18B (19), 8.9.10.11 (R/ 9a);  Carta de São Paulo aos Colossenses 1, 15-20;  Lucas 10, 25-37. COR LITÚRGICA: VERDE  Nesta Eucaristia Dominical, somos convidados a responder: “Quem é o meu próximo?” Ele nos ensina que o próximo é qualquer um que necessite de nós, seja amigo ou inimigo, conhecido ou desconhecido. É qualquer irmão ou irmã que necessite de nossa ajuda e de nosso amor para se levantar. Ao descobrirmos nosso próximo estamos pondo em prática o maior de todos os mandamentos: “Amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a nós mesmos”. 1. Situando-nos Deus se fez próximo de nós. Revelou-se profundamente humano. Misericordioso, isto é: coração totalmente voltado para o mísero (misericordioso). Tão próximo de nós que, na pessoa de seu filho Jesus, podemos afirmar: “Só Deus é humano” (Cf. Dom Gregório Paixão, bispo diocesano de Petrópolis, RJ. Só Deus é humano. In: Tribuna de Petrópolis, 23.12.2012, p.2). Porque Deus é assim, é que aqui nos reunimos: para dele assimilarmos o verdadeiro espírito de humanidade. Tanto sua Palavra como o exemplo de doação, representado pelo Corpo entregue e pelo Sangue derramado de Jesus – agora sob as espécies de pão e vinho -, são para nós a principal fonte de aprendizado do que significa ser humano, profundamente humano, a fim de todos terem vida, e vida em abundância. É uma grande graça, um verdadeiro presente de Deus, podermos estar aqui reunidos, neste dia semanal da Páscoa, dia do Senhor, domingo. Assim, apoiados na misericórdia do Senhor, iniciamos bem esta semana, na qual destacamos, amanhã, a memória do grande místico e pensador franciscano São Boaventura (1281-1274); depois de amanhã, dia 16, celebraremos a festa de Nossa Senhora do Carmo; no dia 17, quarta-feira, faremos memória dos bem-aventurados Inácio de Azevedo (presbítero) e seus companheiros, mártires do sul do Brasil, do século 16. Lembramos ainda, de modo muito especial, toda a movimentação na preparação da Jornada Mundial da Juventude, a se realizar entre os dias 23 e 28 deste mês. Que o Espírito Santo de Deus e seu santo modo de operar iluminem a todos e todas do nosso Brasil e do mundo inteiro, a fim de que se abram para a juventude as melhores possibilidades de um mundo novo, em que brilhe a sabedoria vinda do alto, produzindo a justiça e a paz do Reino de Deus. Agora, vamos nos deter a contemplar a Palavra que ouvimos e a refletir sobre ela. 2. Recordando a Palavra Hoje Jesus nos conta a famosa parábola do bom samaritano (Lc 10,. 25-37). Ele a conta, a partir de uma controvérsia levantada por um “doutor da Lei’, que, com a intenção de por Jesus em dificuldade, pergunta-lhe: “Mestre, que devo fazer para herdar a vida eterna?” (v.25). Isso tem sua importância, porque se trata de um homem que conhece bem a “Lei”. Vemos Jesus falando com um homem que, ao mesmo tempo, pretende “colocá-lo em dificuldade” (v.25) e “justificar” a si mesmo (v.29). Ou seja, um homem que não fala com Jesus para conhecê-lo, nem para se aprofundar na “vida eterna” (v.25); um homem que não está a fim de se comprometer com o que ele mesmo ensina: “a Lei”. Jesus, muito sabiamente, faz com que o “mestre” interlocutor responda precisamente com base na própria “Lei”. Para receber em herança a vida eterna? ... A resposta dada pelo homem é a que todos os judeus sabem de memória, o que eles têm na ponta dos lábios (Cf. Dt 30,14): “Amarás o Senhor... e ao próximo...” (v.27; Dt 6,5; Js 22,5; Lv 19,18). Assim, ele pode se dar conta de que “herdar a vida eterna” (v.25) está ao seu alcance, sim, mas se ele não esquecer que lábios. A sábia resposta que Jesus dá é esta: “faze isso e viverás” (v. 38), isto é, não te limites a dizê-lo apenas. Jesus ilustra a afirmação com uma parábola, a do bom samaritano. “A parábola é a resposta à segunda pergunta do ‘mestre da Lei’: ‘E quem é o meu próximo?’ (v. 29). Ele provoca os samaritanos que (v.33), tradicionalmente tratados como inimigos da religião e do povo de Israel, apareçam agora como ‘o próximo’ que deve ser amado (v.29). A saber, o ‘próximo’ não é apenas aquele que ‘caiu nas mãos dos assaltantes’ (v.30), mas também ‘aquele que usou de misericórdia para com ele’ (v.36-37), seja ele judeu ou samaritano” (J.M. Romaguera. El Evangelio em médio de la vida, p.139). O “mestre da Lei” faz a pergunta “querendo justificar-se”, diz o Evangelho. Quer mostrar que é justo (cf. Lc 18,9). Ou quer justificar a pergunta feita antes, bem ao estilo dos que buscam dispensar-se da obrigação essencial. A estes, a Palavra já advertia, como vimos na primeira leitura (Cf. Dt 30, 10-14), que a lei dada por Deus “não está no céu... nem do outro lado do mar...”. Ela “está bem ao teu alcance, está em tua boca e em teu coração, para que a possas cumprir” (v.12-14). A pergunta do “mestre da Lei”, portanto, implica uma resposta restritiva. Supõe que nem todos precisam ser amados, o que Jesus desmonta com base também na própria Lei. Só os humildes mesmo, isto é, os que enfrentam seu próprio orgulho e o derrubam, só estes são capazes encarnar, em sua vida a alegre essência da Lei resgatada por Jesus e reviver. Assim cantamos hoje com o Salmo 68, cujo refrão ressoa assim: “Humildes, buscai a Deus e alegrai-vos: o vosso coração reviverá” (v.33). Por este Jesus divinamente humano, “imagem do Deus invisível”, pelo qual “tudo foi criado por meio dele e para ele”, por ele Deus quis “reconciliar consigo todos os seres, os que estão na terra e no céu, realizando a paz pelo sangue de sua cruz”. É o que ouvimos, na segunda leitura, testemunhado pelo apóstolo Paulo na carta aos Colossenses (Cl 1,15-20). 3. Atualizando a Palavra Quem faz a experiência de estar mais “próximo“ de Deus ou, inversamente, faz a experiência de sentir Deus mais “próximo” de si? Aquele e aquela – seja lá quem for; não importando raça ou religião – que se faz “próximo” do humano, e do humano mais arrebentado. O próprio Jesus, por sua vida, morte-ressurreição e dom do Espírito, viveu e vive esta experiência vital divinamente. E pensar que nós somos discípulos e discípulas dele! Jesus não respondeu diretamente ao mestre da lei, porque a questão não é descobrir quem é e quem não é próximo. Coração generoso se torna próximo de qualquer um que precisa; a melhor maneira de ter amigos é ser amigo. A questão também não é teórica, mas prática. Na prática esquecemos a parábola de Jesus e fazemos como o sacerdote e o levita: afastamo-nos do necessitado, mesmo se pertence à nossa comunidade, e não “nos aproximamos” dele. Tornar-se próximo é ser solidário. Somos solidários com os que vivem na margem da estrada de nossa sociedade? Mesmo quando damos uma esmola a um coitado, não é para desviarmos dele? “Vai e faze a mesma coisa”. Imitar o samaritano exige solidariedade, assumir a vida do outro, não se livrar dele. Torná-lo um irmão, pois este é o sentido verdadeiro da palavra “próximo”. Só assim podemos fazer a mais verdadeira “experiência de Deus”, senti-lo “próximo” de nós e sentir-nos “próximos” dele. 4. Ligando a Palavra com a ação eucarística Por isso, faz sentido o que pedimos ao concluir os ritos iniciais desta Santa Missa, nos preparando para ouvir a Palavra e celebrar a Eucaristia: “Ó Deus, que mostrais a luz da verdade aos que erram, para retomarem o bom caminho, dai a todos os que professam a fé rejeitar o que não convém ao cristão, e abraçar tudo o que é digno desse nome” (Oração coleta do dia de hoje). Logo mais, nos reuniremos ao redor do altar para dar graças ao “Pai misericordioso e Deus fiel” que nos deu seu “Filho Jesus Cristo, nosso Senhor e Redentor”; este Cristo que “sempre se mostrou cheio de misericórdia pelos pequenos e pobres, pelos doentes e pecadores, colocando-se ao lado dos perseguidos e marginalizados”; esse Cristo que anunciou ao mundo que Deus é Pai e cuida ‘de todos como filhos e filhas’. Nós nos reunimos para celebrar o memorial do maior gesto de solidariedade de Cristo para conosco, sua morte e ressurreição, sua Páscoa. Ao mesmo tempo em que oferecemos ao Pai ‘ao sacrifício’ pascal de Cristo, lhe pedimos que nos dê ‘olhos para ver as necessidades e os sofrimentos dos nossos irmãos e irmãs’; que nos inspire ‘palavras e ações para confortar os desanimados e oprimidos; que, ‘a exemplo de Cristo, e seguindo o seu mandamento, nos empenhemos lealmente no serviço a eles’; que a Igreja “seja testemunha viva da verdade e da liberdade, da justiça e da paz, para que toda a humanidade se abra à esperança de um mundo novo” (Cf. Oração Eucarística VID (Para diversas circunstâncias). Enfim, alimentados pela Eucaristia que celebramos, cresça em nós a salvação que vem de Deus, cada vez que celebramos este mistério. É o que pedimos por Cristo, nosso Senhor. E todos respondem: Amém! loja virtual

fonte:http://pemiliocarlos.blogspot.com.br/

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