segunda-feira, 5 de agosto de 2013

Carta de um ex-seminarista

[Transcrevo abaixo uma carta de um ex-seminarista ao Professor Felipe Aquino, cuja estrutura está no blog “Filha Pródiga”. É um texto muito forte que mexe com quem realmente conhece da doutrina católica. Bem que o Papa Paulo VI alertou que a fumaça de Satanás tinha dado um jeito de entrar na Santa Igreja de Deus:

“Por alguma brecha a fumaça de Satanás entrou no templo de Deusexiste a dúvida, a incerteza, a problemática, a inquietação, o confronto. Não se tem mais confiança na Igreja; põe-se confiança no primeiro profeta profano que nos vem falar em algum jornal ou em algum movimento social, para recorrer a ele pedindo-lhe se ele tem a fórmula da verdadeira vida. E não advertimos, em vez disso, sermos nós os donos e os mestres [dessa fórmula]. Entrou a dúvida nas nossas consciências, e entrou pelas janelas que deviam em vez disso, serem abertas à luz (…) Na Igreja reina este estado de incerteza. Acreditava-se que, depois do Concílio, viria um dia de sol para a história da Igreja. Em vez disso,veio um dia de nuvens, de tempestade, de escuridão, de busca, de incerteza.Pregamos o ecumenismo, e nos distanciamos sempre mais dos outros. Procuramos cavar abismos em vez de aterrá-los. Como aconteceu isso? Confiamo-vos um Nosso Pensamento: houve a intervenção de um poder adverso.Seu nome é o Diabo” (Paulo VI, Discurso em 29 de Junho de 1972).
Oremos pelos seminários do mundo inteiro!
Ave Maria, cheia de graça; o Senhor é convosco. Bendita sois vós entre as mulheres e bendito é o fruto do vosso ventre, Jesus. Santa Maria Mãe de Deus, rogai por nós pecadores, agora e na hora de nossa morte. Amém.]
Boa Tarde, Professor Felipe,
Sou X, tenho Y anos e resido na cidade de Y, pertenço também a Diocese de Y.
Eu sempre tive uma formação católica correta, desde os 15 anos eu leio os livros do senhor, do Pe. Roberto Lettieri, do Mons. Jonas Abib, ensinamentos dos Papas, encíclicas e livros, até mesmo livros do pregador oficial do Papa Bento XVI, Raniero Cantalamessa, e do cardeal Ratzinger, e sempre vivi muito próximo da comunidade Canção Nova, Toca de Assis e minha vida é essa.
Eu ingressei no ano de Y no Seminário Diocesano, da diocese de X, e logo no primeiro ano, chamado Propedêutico os professores e até mesmo muitos Padres são adeptos a Teologia da Libertação, e nos ensinam em nome da Igreja o que advém dessa linha de pensamento.
As aulas são de Doutrina da Igreja Católica, Liturgia e até mesmo a catequese, e falam e ensinam em nome da Igreja Católica, coisas que são mentira, que a própria Igreja não fala nada disso, e também autores como João Batista Libanio, Leonardo Boff e outros. Eu ouvi de Diáconos que a doutrina muda ao longo do tempo, que é preciso se reinterpretar, que o Espírito Santo tem muito a revelar ainda e está revelando, que a Igreja hoje já não pensa mais como antes, e que o Papa Bento XVI está barrando o progresso da Igreja, não deixa o Concilio Vaticano II desempenhar o seu papel e daí pra pior, como:
Anjos e Demônios não existem, são frutos da consciência humana.
Que a Igreja antigamente acreditava em purgatório, mas não se compreende mais dessa forma, tanto é que nem se discute mais esse assunto.
Que Padre Pio não apanhava de demônio nenhum, é coisa da Psique dele, ele provocou os estigmas.
Que a Eucaristia foi celebrada com pão e vinho, porque era a cultura da época, mas hoje era pra ser celebrada com Cerveja e Salame.
Que o pecado do mundo é a desigualdade, a falta de partilha, e foi isso que Jesus veio mostrar ao mundo, e como ele foi contra as leis e o modo de vida da época ele morreu na cruz, mas sem caráter expiatório, o motivo dele ter vindo ao mundo é ser luz para a nossa ignorância, ele (Jesus) veio para mostrar como se deveria viver, ele é o perfeito humano, que é luz por isso, e morreu devido às estruturas de seu tempo.
Que a serpente no Gênesis é Deus e não o Demônio, que a Patrística interpretou de uma forma que gerou confusão, mas que hoje se entende diferente e correto.
Que a Toca de Assis vive na mentira e todos aqueles que como ela vive, porque acham que Jesus se da no altar, que ele morre e ressuscita no altar. Disse que Jesus não se da no altar não, que é frescura querer participar da Missa e não da Celebração da Palavra, que não muda nada.
Que o Corpo de Cristo é a Igreja, a comunidade, que quando celebramos a eucaristia celebramos o que vivemos durante a semana, e comungamos a comunidade que é a igreja que é o corpo de Cristo. Porque o homem tem necessidade de Celebrar, da mesma forma que se celebra um aniversário, um jogo de futebol, também se celebra a eucaristia.
Disseram que todos agem in Persona Christi, tanto um sacerdote como um leigo qualquer, quando realiza uma atividade com o consentimento do sacerdote.
Que achar que Jesus se faz presente no altar na hora da consagração é magia, feitiçaria, que Jesus não tem hora pra estar presente ou não, ele está presente antes da missa, do mesmo jeito que está depois e durante, do mesmo jeito que está onde dois ou mais se reúnem em nome de Cristo, não tem nada a ver de presença máxima na eucaristia.
Que Deus não é fofoqueiro, ele não revela nada da vida de ninguém para outra pessoa, a não ser para a própria pessoa. Para não acreditar em palavra de ciência e profecia, que isso tudo é igual cartomancia, palavras combinadas.
Entre outras várias coisas. Mas passam com astúcia, não simplesmente como estudo, é uma mentira enrroupada de verdade, acreditam assim e pregam assim, como sendo verdade, barrando o conhecimento do jeito que a Igreja ensina, criticam a igreja a estrutura dela, o Papa, não aceitam ordem do bispo que é superior e são soberbos e orgulhosos, que não conhecem nenhum mistério e querem acabar com a igreja e querem gerar confusão em quem não sabe das coisas como eu.
E eu contestei tudo isso, disse que era mentira e falei a verdade, aí fui criticado, professor, ficaram contra mim dizendo que eu precisava quebrar paradigmas; deixar de ser ultrapassado e conservador, que eu não entendia nada, que os documentos da Igreja não falam nada diferente não, que não se deve ser fundamentalista e com isso gerou perseguição eu acabei ficando com estresse e isso somatizou e precisei vir para casa. E, por fim decidi sair do seminário diocesano, pois não confio nessa formação que me é dada, não quero colocar minha fé, meus estudos e minha vocação contra o Papa, nem contra a Igreja para ter Jesus como centro como referencia.
Por fim Professor Felipe, sai do seminário como alguém que não aguentou a pressão, não tinha maturidade ainda, não quis quebrar paradigmas, não quis se abrir para o que quer o Concilio Vaticano II, e tudo mais.
Gostaria de uma resposta do senhor, por favor.
Eu não acredito que eles estejam certos, mas também meus conhecimentos são muito limitados, por favor, se puder me dizer o que a Igreja ensina mesmo, como ela pensa, o que ela quer do Concílio Ecumênico Vaticano II, pois estou confuso.

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