Sou o arauto do grande Rei
Meditando na Capela de São Damião, quase destruída pelo abandono, Francisco ouve a voz vinda do crucifixo: "Vai e reconstrói a minha Igreja que está em ruínas". Vendendo tecidos da família, ofereceu o dinheiro para a capela, e o trabalho para a reconstrução. Seu pai, para puní-lo, prendeu o jovem em um cubículo debaixo da escada; cárcere que desfeito pela compaixão da mãe, dias depois. As ações de Francisco levaram o próprio pai a buscar um julgamento do Bispo de Assis, exigindo que seu filho lhe devolvesse tudo quanto recebera da família. Nesse momento, Francisco se despe de suas roupas na praça comunal da cidade, sendo acolhido pelo Bispo. Francisco clama: "Sou o arauto do Grande Rei".
O distanciamento da família e o trabalho com os leprosos levam Francisco ao desejo de viver como o próprio Evangelho diz. Francisco desposa a 'Senhora Pobreza'. A partir de suas pregações conquista vários seguidores, criando então a Fraternidade dos Irmãos Menores.
Parte para Roma, para obter a aprovação papal para sua comunidade leiga. O Papa Inocêncio III reconhece em Francisco um homem visto em sonho, sustentando as colunas da Igreja de Latrão, que ameaçava cair. Mais do que a capela de São Damião, é esta a Igreja, corrompida pela secularidade, que Francisco deve reconstruir.
Ao final da vida, Francisco recebe os estigmas de Cristo, no monte Alverne, diante da visão de um serafim.
Assim, São Francisco renova o conceito de santidade, não tanto pelos seus milagres, mas por sua conduta de desprendimento e seu exemplo. Francisco vê que Deus se revela em tudo, e este olhar aponta para a irmã Pobreza, o irmão Sol, a irmão Água, os animais... e até a irmã Morte, que o poverello de Assis encontra em 3 de outubro de 1226.
0 Cântico do Irmão Sol
Altíssimo, onipotente, bom Senhor,Teus são o louvor, a glória, a honraE toda a bênção.Só a ti, Altíssimo, são devidos;E homem algum é dignoDe te mencionar.Louvado sejas, meu Senhor,Com todas as tuas criaturas,Especialmente o senhor Irmão Sol,que clareia o diaE com sua luz nos alumia.E ele é belo e radianteCom grande esplendor:De ti Altíssimo, é a imagem.Louvado sejas, meu Senhor,Pela Irmã Lua e as Estrelas,Que no céu formaste clarasE preciosas e belas.Louvado sejas, meu Senhor,Pelo Irmão Vento,Pelo ar, ou nubladoOu sereno, e todo o tempo,Pelo qual às tuas criaturas dás sustento.Louvado sejas, meu SenhorPela Irmã Água,Que é mui útil e humildeE preciosa e casta.Louvado sejas, meu Senhor,Pelo Irmão FogoPelo qual iluminas a noite.E ele é belo e jucundoE vigoroso e forte.Louvado sejas, meu Senhor,Por nossa Irmã a Mãe Terra,Que nos sustenta e governa,E produz frutos diversosE coloridas flores e ervas.Louvado sejas, meu Senhor,Pelos que perdoam por teu amor,E suportam enfermidades e tribulações.Bem-aventurados os que as sustentam em paz,Que por ti, Altíssimo, serão coroados.Louvado sejas, meu Senhor,Por nossa Irmã a Morte corporal,Da qual homem algum pode escapar.Ai dos que morrerem em pecado mortal!Felizes os que ela acharConformes à tua santíssima vontade,Porque a morte segunda não lhes fará mal!Louvai e bendizei a meu Senhor,E dai-lhe graças,E servi-o com grande humildade.
A Bênção de São Francisco
Esta benção foi escrita para Frei Leão, seu fiel companheiro:
O Senhor te abençoe e te guarde,
Mostre a ti o seu rosto e tenha misericórdia de ti.
Volte para ti o seu olhar
E te dê a paz.
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