sexta-feira, 4 de outubro de 2013

"Franciscus, vade aedificabo ecclesiam meam"

“Francisco, vai e reconstrói minha Igreja"
sao_damiao
Um artista italiano desconhecido o pintou no século XII num pano colado sobre uma madeira de nogueira.
Ele possui 1,90m de altura, 1,20m de largura e 12cm de espessura.
Este é o Crucifixo e o Cristo glorioso que Santa Clara contemplará durante toda a sua vida, durante todo o tempo em que permaneceu no Mosteiro de São Damião (1212 – 1253). Por isso, falará tantas vezes no “Rei da glória”.
Em 1259, após a morte de Santa Clara, quando as primeira clarissas deixaram a igreja de São Damião e passaram a morar na igreja de São Jorge (atual Basílica de Santa Clara), para ficarem junto do corpo de sua Fundadora, levaram consigo este Crucifixo que ficava sobre o altar.Abaixo vamos analisar cada pedaço que compõe o Crucifixo de São Damião, ressaltando os seus elementos mais significativos:A figura central do ícone é o Cristo, não só por seu tamanho, mas também por ser o Cristo a figura luminosa que domina a cena e transmite luz para as demais figuras.
O Crucifixo fala a Francisco
imageO jovem Francisco encontrava-se numa crise espiritual, cheio de dúvidas e trevas. "Conduzido pelo Espírito", entra na igrejinha de São Damião, onde se prostra, súplice, diante do Crucifixo. Tocado de modo extraordinário pela graça divina, encontra-se totalmente transformado. É então que a imagem de Cristo Crucificado lhe fala: "Francisco, vai e repara minha casa que está em ruína".
Francisco fica cheio de admiração e "quase perde os sentidos diante destas palavras". Mas logo se dispõe a cumprir esse "mandato" e se entrega todo à obra, reconstruindo a igrejinha. Depois pede a um sacerdote, dando-lhe dinheiro, que providencie óleo e lamparina para que a imagem do Crucifixo não fique privada de luz, mas em destaque naquele santuário.
A partir de então, nunca se esqueceu de cuidar daquela igrejinha e daquela imagem.
Francisco parecia intimamente ferido de amor para o Cristo Crucificado, participando da paixão do Senhor, de quem já trazia os estigmas no coração e mais tarde, em 1224, receberia as chagas do Cristo em seu próprio corpo.
Segundo Santa Clara, está visão do Crucifixo foi um êxtase de amor radiante e impulso decisivo para a conversão de Francisco.
Entre os estudiosos ainda existe uma dúvida a ser esclarecida: ao ouvir o Cristo do Crucifixo, Francisco pensa na igrejinha material de São Damião. Mas nada impede de se pensar que se trata do "templo de Cristo no coração de Francisco e nos corações dos homens".
Enfim, a própria oração de Francisco diante do Crucifixo de São Damião sugere antes a reparação "espiritual" da casa do Senhor, crucificado no coração.
Tanto que ele pede especialmente pelas três virtudes teologais (fé, esperança e amor) para poder cumprir esse "mandato" de Cristo.

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