terça-feira, 1 de março de 2016

A Experiencia do Trabalho pastoral

Neste artigo pretendo deixar um texto de impulso aos irmãos vocacionados, sobre a experiência do trabalho pastoral enquanto seminarista. Irei ser breve, mas que possa ajudar a cada um da forma que mais precisas.

A pastoral é algo formidável, pois é o período mais "gostoso" de se estar. Pois estará fazendo aquilo que te encanta, que te impulsiona estar com o povo e trabalhar com o povo. Mas é claro que cada um tem seu critério e sua maneira de trabalhar. Entretanto é necessário sabermos que tudo deve estar ligado ao serviço da Igreja e aos evangelhos como princípios.
Estar com o povo é simplesmente fazer-se comunidade, estar preste abraçar aos serviços. No âmbito seminaristico não está como coordenador (dependendo da situação ou aconselho do pároco ou reitor), mas aquele que irá colaborar com a formação ou dar um auxilio ao povo eu aprendi que: " Só iremos superar essa postura de querer libertar dominando", quando entendermos que não estamos "sozinhos" no mundo e que o processo de libertação não é obra de uma só pessoa ou grupo, mas sim de todos nós. Para isso é preciso saber ler a nossa vida, isto é, procurar agir e refletir sobre a ação. O meu filósofo   Paulo Freire chama de unir teoria com prática, pois somente pensando as nossas ações é que vamos nos reconhecer nelas como sujeitos. Disso eu digo de experiência própria que a pastoral exige um  trabalho coletivo e de coletividade com o pároco como já disse não somos coordenadores ou chefes mas sim pessoas dispostas ajudar e a se formar.
Santa Ângela de Mérici
Araraquara-SP
No ano de 2011, iniciei o processo na paróquia de Santa Ângela de Merici em Araraquara-SP. E lá cuidei da parte dos coroinhas, o primeiro contato estava ali aprendi naquela comunidade a docilidade e carisma que se deve despertar em nós quando iniciamos uma caminhada pastoral. A comunicação também é  fundamental, naquela realidade havia as crianças e jovens. Que experiência rica pois aprendi que acolher e ter um impulso de ser um instrumento de dialogo a todas ás classes. Portanto surge aqui um conceito fundamental na questão pastoral que é o dialogo.
O diálogo sempre foi importante para o desenvolvimento das potencialidades humanas tanto no nível pessoal, como no cultural e social. Feita à imagem e semelhança de Deus, a pessoa descobre-se como ser dialogante como o é o próprio Deus.
Mas, que vem a ser diálogo?

Diálogo não é...

- conversa para legitimar resoluções já tomadas;

- um meio de “dobrar“ o outro;

- só ouvir ou só falar;

- uma conversa que só pode ter um resultado final;

- dar bons conselhos a quem não sabe nada;

- algo que só é considerado bem-sucedido quando convencemos o outro;

- conhecer a opinião do outro para poder combatê-lo melhor.

Diálogo é...

- um ato de mútua aprendizagem;

- uma oportunidade para conhecimento do outro;

- uma conversa cujo resultado não se prevê;

- um exercício de respeito

- uma comunicação horizontal;

- algo que pode ter sucesso mesmo quando as opiniões divergentes são mantidas;

- crer na boa vontade do outro, mesmo se discordamos.

Um dos grandes meios que temos para nos comunicar, de encontrar o caminho de pessoa a pessoa é a palavra. A linguagem é a arma mais poderosa e mais eficiente que o homem possui.

É com a palavra que nos comunicamos com o próximo. Uma palavra pode: agradar, ferir, convencer, estimular, entristecer, instruir, enganar, louvar, criticar ou aborrecer as pessoas a quem for dirigida.

A linguagem é o instrumento essencial das relações humanas.

Na comunicação entre as pessoas é tão importante quanto a enxada para o lavrador ou o torno para o mecânico. Se ela é tão importante, devemos cercá-la de todos os cuidados possíveis.

Devemos nos esforçar para que nossas palavras pelo tom, oportunidade e adequação sejam um meio de comunicação.” (Me. Ma. Helena Cavalcanti)

Caminhar para a unidade da comunidade, respeitando a diversidade, exige que se evitem rótulos preconceituosos, que se busque em conjunto o Reino de Deus, ainda que por caminhos diferentes.

Santa Rita de Cássia
São Carlos-SP
Em 2014, tive segundo contato a uma comunidade diferente depois de 2 anos em uma outra totalmente diferente. Estive a frente de trabalhar na santa Rita de Cássia - São Carlos (SP), porém lá  era uma outra realidade, fiquei a frente do grupo de Jovens e catequese. E a esperança que brotou no ensinamento naquela paróquia foi a de simplicidade. Sim á simplicidade. E aprendi a quebrar paradigmas com a juventude a experiencia que se brotou foi: Muitos religiosos passam as pessoas um Deus que só diz NÃO, não pode isso, não pode aquilo, mas a Palavra de Deus diz que tudo nos é permitido (I Coríntios 6:12), então podemos tudo, mas como Cristão temos que ter a sabedoria do que nos convém e não podemos permitir que nada nos domine.
Posso ir à praia, a festas, jogar futebol, ver televisão, usar internet, ouvir musicas de todos os gêneros, me vestir bem, posso tudo isso, preciso apenas ter sabedoria no que vou ver e fazer.
Você, para agradar a Deus, não tem que ser diferente por fora, mas sim por dentro e isto serve para todos homens e mulheres que se privam de se vestir bem e proíbem seu filhos também, querem apenas mostrar com as roupas que são cristãos, mostrem que são cristãos com suas atitudes e seu amor. Simplesmente entender e caminhar com a juventude.
São Francisco de Assis
São Carlos-SP
No ano de 2015, tive a experiência com a paróquia de São Francisco de Assim também em São Carlos. E La obtive dois conceitos de experiência: Ser comunidade e ver a pobreza de modo diferente. Para resumir o que é ser comunidade para mim, lembro-me das palavras o papa emérito: Papa Bento XVI tem insistido em uma nova evangelização cujo foco central é a pessoa de Jesus Cristo, caminho, verdade e vida. É isso que a Igreja deseja realizar com a ajuda de seus batizados. Os desafios de hoje são imensos no campo da evangelização, mas a nossa esperança é maior ainda e, por isso, podemos sonhar com uma sociedade que expressa uma fé madura, levando-a a um comprometimento com Igreja. Mas tudo depende de nossas ações. Agora entrando no ambito de pobreza é o mesmo em dizer que vendo a relação da comunidade percebi que ressalte-se que o evangelho é qualquer coisa, menos resignação.
 Quem escolhe ser pobre contenta-se com o que é suficiente para si e partilha, daquilo que consegue, o que ultrapassa o necessário para viver dignamente.
Não nos pede Jesus para sermos miseráveis, a finalidade da 1ª bem-aventurança é que ninguém seja miserável. Isto ocorrerá quando todos dividirem aquilo que esta além do necessário para uma vida digna para si. E Está partilha existia no meio daquele povo em cada café da manha em que cada um levavá seu pão para ser partilhado.
“As experiências pastorais devem favorecer para os seminaristas, o convívio fraterno com os leigos, o conhecimento melhor de suas aspirações e de suas atividades apostólicas e o conhecimento da capacidade de comunicação e relacionamento” (doc. 55 da CNBB, n. 9).
Para a experiência pastoral, o seminarista será ajudado a conhecer a realidade da paróquia antes de exercer suas atividades pastorais: deve, ainda, ser orientado, educado e incentivado para melhor executa-las.

Orientações sobre as Experiências Pastorais dos Seminaristas,
conforme as Diretrizes da Formação, doc. 55, CNBB



1.º) As experiências pastorais do seminarista devem ajudá-lo a (n. 94):
-         Assimilar as atitudes do Cristo Bom Pastor;
-         Crescer no compromisso;
-         Abrir-se mais à comunhão com o povo e o presbitério;
-         Ser fermento de transformação da sociedade;
-         Promover a abertura para o diálogo com as outras religiões e outras culturas;
-         Integrar sua dimensão humano-afetiva;
-         Capacitar-se para uma visão de conjunto da ação pastoral;
-         Adquirir um espírito missionário.

2.º) A pastoral não deve se reduzir a uma série de tarefas ou experiências pastorais desconexas entre si e mal justapostas a outros aspectos da formação (n. 95).

3.º) O trabalho pastoral do seminarista será devidamente planejado, acompanhado e avaliado (n. 96). Por isso, o seminarista juntamente com o Padre e o Conselho da Paróquia que o acolhe, deverão fazer um plano pastoral, em quatro vias: uma para o Seminário, uma para a Paróquia, uma para o Seminarista e uma para o Conselho de Formação.

4.º) O engajamento pastoral deve prolongar-se durante todo o ano letivo, mas sem prejudicar os estudos (n. 96) e as atividades normais do Seminário, pois estes são prioritários.

5.º) As experiências pastorais devem favorecer, para o seminarista, o convívio fraterno com os(as) leigos(as) e o Padre, etc. (n. 99).

6.º) Convém que o seminarista não se restrinja a atividades já rotineiras ou até burocratizadas, mas procure o contato pessoal, a convivência familiar, as iniciativas espontâneas (n. 99).

7.º) O engajamento pastoral do seminarista é também uma oportunidade para que os agentes de pastoral, as comunidades eclesiais e o povo participem da formação do futuro presbítero, estimulando-o com seu testemunho e seu apoio e também participando da avaliação do seu desempenho (n. 100).

8.º) O seminarista não deverá ser mini-padre, substituto do padre ou co-dividir as tarefas, devido à sobrecarga do Padre, mas deverá, conviver, rezar, partilhar e fazer experiência pastoral positiva juntamente com o Padre e a Comunidade que o acolhe, fazendo uma experiência pastoral gradativa.




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