Neste artigo pretendo deixar um texto de
impulso aos irmãos vocacionados, sobre a experiência do trabalho pastoral
enquanto seminarista. Irei ser breve, mas que possa ajudar a cada um da forma
que mais precisas.
A pastoral é algo formidável, pois é o
período mais "gostoso" de se estar. Pois estará fazendo aquilo que te
encanta, que te impulsiona estar com o povo e trabalhar com o povo. Mas é claro
que cada um tem seu critério e sua maneira de trabalhar. Entretanto é necessário
sabermos que tudo deve estar ligado ao serviço da Igreja e aos evangelhos como princípios.
Estar com o povo é simplesmente fazer-se
comunidade, estar preste abraçar aos serviços. No âmbito seminaristico não está
como coordenador (dependendo da situação ou aconselho do pároco ou reitor), mas
aquele que irá colaborar com a formação ou dar um auxilio ao povo eu aprendi
que: " Só iremos superar essa postura de querer libertar
dominando", quando entendermos que não estamos "sozinhos" no
mundo e que o processo de libertação não é obra de uma só pessoa ou grupo, mas
sim de todos nós. Para isso é preciso saber ler a nossa vida, isto é, procurar
agir e refletir sobre a ação. O meu filósofo
Paulo Freire chama de unir teoria
com prática, pois somente pensando as nossas ações é que vamos nos reconhecer
nelas como sujeitos. Disso eu digo de experiência própria que a pastoral exige
um trabalho coletivo e de coletividade
com o pároco como já disse não somos coordenadores ou chefes mas sim pessoas
dispostas ajudar e a se formar.
Santa Ângela de Mérici Araraquara-SP |
No ano de 2011, iniciei o processo na
paróquia de Santa Ângela de Merici em Araraquara-SP. E lá cuidei da parte dos
coroinhas, o primeiro contato estava ali aprendi naquela comunidade a
docilidade e carisma que se deve despertar em nós quando iniciamos uma
caminhada pastoral. A comunicação também é
fundamental, naquela realidade havia as crianças e jovens. Que experiência
rica pois aprendi que acolher e ter um impulso de ser um instrumento de dialogo
a todas ás classes. Portanto surge aqui um conceito fundamental na questão
pastoral que é o dialogo.
O diálogo sempre foi importante para o
desenvolvimento das potencialidades humanas tanto no nível pessoal, como no
cultural e social. Feita à imagem e semelhança de Deus, a pessoa descobre-se
como ser dialogante como o é o próprio Deus.
Mas, que vem a ser diálogo?
Diálogo não é...
- conversa para legitimar resoluções já
tomadas;
- um meio de “dobrar“ o outro;
- só ouvir ou só falar;
- uma conversa que só pode ter um
resultado final;
- algo que só é considerado bem-sucedido
quando convencemos o outro;
- conhecer a opinião do outro para poder
combatê-lo melhor.
Diálogo é...
- um ato de mútua aprendizagem;
- uma oportunidade para conhecimento do
outro;
- uma conversa cujo resultado não se
prevê;
- um exercício de respeito
- uma comunicação horizontal;
- algo que pode ter sucesso mesmo quando
as opiniões divergentes são mantidas;
- crer na boa vontade do outro, mesmo se
discordamos.
Um dos grandes meios que temos para nos
comunicar, de encontrar o caminho de pessoa a pessoa é a palavra. A linguagem é
a arma mais poderosa e mais eficiente que o homem possui.
É com a palavra que nos comunicamos com
o próximo. Uma palavra pode: agradar, ferir, convencer, estimular, entristecer,
instruir, enganar, louvar, criticar ou aborrecer as pessoas a quem for
dirigida.
A linguagem é o instrumento essencial
das relações humanas.
Na comunicação entre as pessoas é tão
importante quanto a enxada para o lavrador ou o torno para o mecânico. Se ela é
tão importante, devemos cercá-la de todos os cuidados possíveis.
Devemos nos esforçar para que nossas
palavras pelo tom, oportunidade e adequação sejam um meio de comunicação.” (Me.
Ma. Helena Cavalcanti)
Caminhar para a unidade da comunidade,
respeitando a diversidade, exige que se evitem rótulos preconceituosos, que se
busque em conjunto o Reino de Deus, ainda que por caminhos diferentes.
Santa Rita de Cássia São Carlos-SP |
Em 2014, tive segundo contato a uma
comunidade diferente depois de 2 anos em uma outra totalmente diferente. Estive
a frente de trabalhar na santa Rita de Cássia - São Carlos (SP), porém lá já era uma outra realidade, fiquei a frente do grupo de Jovens e catequese. E a
esperança que brotou no ensinamento naquela paróquia foi a de simplicidade. Sim
á simplicidade. E aprendi a quebrar paradigmas com a juventude a experiencia
que se brotou foi: Muitos religiosos passam as pessoas um Deus que só diz NÃO,
não pode isso, não pode aquilo, mas a Palavra de Deus diz que tudo nos é
permitido (I Coríntios 6:12), então podemos tudo, mas como Cristão temos que
ter a sabedoria do que nos convém e não podemos permitir que nada nos domine.
Posso ir à praia, a festas, jogar futebol,
ver televisão, usar internet, ouvir musicas de todos os gêneros, me vestir bem,
posso tudo isso, preciso apenas ter sabedoria no que vou ver e fazer.
Você, para agradar a Deus, não tem que
ser diferente por fora, mas sim por dentro e isto serve para todos homens e
mulheres que se privam de se vestir bem e proíbem seu filhos também, querem
apenas mostrar com as roupas que são cristãos, mostrem que são cristãos com
suas atitudes e seu amor. Simplesmente entender e caminhar com a juventude.
São Francisco de Assis São Carlos-SP |
No ano de 2015, tive a experiência com a
paróquia de São Francisco de Assim também em São Carlos. E La obtive dois
conceitos de experiência: Ser comunidade e ver a pobreza de modo diferente.
Para resumir o que é ser comunidade para mim, lembro-me das palavras o papa emérito:
Papa Bento XVI tem insistido em uma nova evangelização cujo foco central é a
pessoa de Jesus Cristo, caminho, verdade e vida. É isso que a Igreja deseja
realizar com a ajuda de seus batizados. Os desafios de hoje são imensos no
campo da evangelização, mas a nossa esperança é maior ainda e, por isso,
podemos sonhar com uma sociedade que expressa uma fé madura, levando-a a um
comprometimento com Igreja. Mas tudo depende de nossas ações. Agora entrando no
ambito de pobreza é o mesmo em dizer que vendo a relação da comunidade percebi
que ressalte-se que o evangelho é qualquer coisa, menos resignação.
Quem escolhe ser pobre contenta-se com o que é
suficiente para si e partilha, daquilo que consegue, o que ultrapassa o
necessário para viver dignamente.
Não nos pede Jesus para sermos
miseráveis, a finalidade da 1ª bem-aventurança é que ninguém seja miserável.
Isto ocorrerá quando todos dividirem aquilo que esta além do necessário para
uma vida digna para si. E Está partilha existia no meio daquele povo em cada
café da manha em que cada um levavá seu pão para ser partilhado.
“As experiências pastorais devem
favorecer para os seminaristas, o convívio fraterno com os leigos, o
conhecimento melhor de suas aspirações e de suas atividades apostólicas e o
conhecimento da capacidade de comunicação e relacionamento” (doc. 55 da CNBB,
n. 9).
Para a experiência pastoral, o
seminarista será ajudado a conhecer a realidade da paróquia antes de exercer
suas atividades pastorais: deve, ainda, ser orientado, educado e incentivado
para melhor executa-las.
Orientações sobre as Experiências
Pastorais dos Seminaristas,
conforme as Diretrizes da Formação, doc.
55, CNBB
1.º) As experiências pastorais do
seminarista devem ajudá-lo a (n. 94):
-
Assimilar as atitudes do Cristo Bom Pastor;
-
Crescer no compromisso;
-
Abrir-se mais à comunhão com o povo e o presbitério;
-
Ser fermento de transformação da sociedade;
-
Promover a abertura para o diálogo com as outras religiões e outras
culturas;
-
Integrar sua dimensão humano-afetiva;
-
Capacitar-se para uma visão de conjunto da ação pastoral;
-
Adquirir um espírito missionário.
2.º) A pastoral não deve se reduzir a
uma série de tarefas ou experiências pastorais desconexas entre si e mal
justapostas a outros aspectos da formação (n. 95).
3.º) O trabalho pastoral do seminarista
será devidamente planejado, acompanhado e avaliado (n. 96). Por isso, o
seminarista juntamente com o Padre e o Conselho da Paróquia que o acolhe,
deverão fazer um plano pastoral, em quatro vias: uma para o Seminário, uma para
a Paróquia, uma para o Seminarista e uma para o Conselho de Formação.
4.º) O engajamento pastoral deve
prolongar-se durante todo o ano letivo, mas sem prejudicar os estudos (n. 96) e
as atividades normais do Seminário, pois estes são prioritários.
5.º) As experiências pastorais devem favorecer,
para o seminarista, o convívio fraterno com os(as) leigos(as) e o Padre, etc.
(n. 99).
6.º) Convém que o seminarista não se
restrinja a atividades já rotineiras ou até burocratizadas, mas procure o
contato pessoal, a convivência familiar, as iniciativas espontâneas (n. 99).
7.º) O engajamento pastoral do
seminarista é também uma oportunidade para que os agentes de pastoral, as
comunidades eclesiais e o povo participem da formação do futuro presbítero,
estimulando-o com seu testemunho e seu apoio e também participando da avaliação
do seu desempenho (n. 100).
8.º) O seminarista não deverá ser
mini-padre, substituto do padre ou co-dividir as tarefas, devido à sobrecarga
do Padre, mas deverá, conviver, rezar, partilhar e fazer experiência pastoral
positiva juntamente com o Padre e a Comunidade que o acolhe, fazendo uma
experiência pastoral gradativa.
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