sábado, 1 de junho de 2013

Curiosidade Biblica

Exorcismos na Bíblia

O Antigo Testamento, embora reconheça a atuação do demônio a partir da tentação e da queda de Adão no paraíso, praticamente não alude a uma ação maléfica direta do diabo sobre os homens.
Foi no judaísmo antigo que se atribuíram ao demônio intervenções muito concretas na vida cotidiana. O Livro de Tobias (século II a.C.), de influência assíria, narra um exorcismo praticado mediante a oração e utilização das vísceras de um peixe.
No Novo Testamento, que não apresenta modificações essenciais no que se refere ao exorcismo, o Evangelho de Marcos é o que insiste de maneira mais realista nos exorcismos praticados por Jesus e por seus discípulos. Em certos casos, trata-se de expulsar o demônio do corpo de possessos ou lunáticos. Em outros, da cura de enfermidades atribuídas à ação do demônio. Os evangelistas se servem dessas vigorosas ilustrações para demonstrar a vitória de Jesus sobre Satanás e também para mostrar como seu povo se libertou do pecado. "Chegou o momento de ser julgado este mundo, e agora o seu príncipe será expulso" (João - 12:31). Esses milagres seriam um sinal da instauração do reino de Deus. "Se, porém, eu expulso demônios pelo Espírito de Deus, certamente é chegado o reino de Deus sobre vós" (Mt - 12:28).


Exorcismos na história da Igreja

As curas e os exorcismos foram comuns na igreja primitiva. Com o reconhecimento oficial da Igreja sob o imperador Constantino, os exorcismos carismáticos, realizados informalmente por qualquer cristão, deram lugar à institucionalização da função do exorcista. O Rituale Romanumreuniu mais tarde, diversos ritos de exorcismos para situações variadas. Também as igrejas reformadas estabeleceram tais ritos.
O racionalismo do século XVIII conseguiu explicar muitos mistérios supostamente sobre-humanos, o que também sucedeu, de modo ainda mais intenso, com a descoberta do hipnotismo e da psicologia profunda no século XIX. A Igreja Católica, como também algumas denominações protestantes, admite os exorcismos ordinários, contidos no rito do batismo, como símbolo da libertação do pecado e do poder do demônio. Pratica-se o exorcismo ordinário na bênção da água batismal e na sagração dos santos óleos. Os exorcismos solenes, que têm por objetivo expulsar o demônio do corpo de um possuído, são práticas raríssimas e só confiadas, mediante permissão episcopal, à sacerdotes muito experientes.
O exorcismo católico inicia-se com a expressão latina "Adjure te, spiritus nequissime, per Deum omnipotentem" (eu te ordeno, espírito maligno, pelo Deus Todo-Poderoso). O processo pode ser longo e extenuante, chegando a se estender por vários dias. A possessão está associada ao mal. O processo de libertação é feito de forma dramática e violenta. Os exorcistas recorrem as preces, água-benta, defumadores, essências de rosas e arruda. O sal que é associado à pureza espiritual também é utilizado.
Porém, o cristianismo deste século tem uma atitude dividida em relação ao exorcismo. Por um lado, mantém distância de sua prática, atuando mais próximos a psiquiatras e médicos e autorizando estudos para esclarecer este fenômeno. Mesmo assim, a Igreja oculta os casos confirmados de possessão a prática dos rituais de expulsão. Ainda, o Papa João Paulo II declarou ter aplicado o exorcismo sob uma jovem, em 1982.
Um relatório sobre exorcismo foi compilado pela Igreja da Inglaterra, em 1972, por uma comissão que incluía represen- tantes católicos e um consultor psiquiatra. Apesar de pretender desbancar as possessões, acabou fortalecendo esta idéia quando relacionada à possessão de lugares: "a interferência demoníaca... é comum em lugares não consagrados... assim como em conexão com sessões espíritas".
Porém, este relatório considera exorcismos de pessoas extremamente duvidosos. À luz da Igreja moderna, aqueles que se julgarem possuídos, devem, prioritariamente, procurar a ajuda de um médico ou psicólogo. Recorrer a um sacerdote cristão é considerado último recurso.
O padre Gabrielle Amorth, diz ter realizado aproximadamente 50.000 exorcismos mas considera que somente 84 foram possessões autênticas. O sacerdote diz que os sintomas incluem força física sobre-humana, xenoglossia (a fala espontânea em língua que não foi previamente aprendida) e revelações de segredos sobre as pessoas.
O cânone dominicano Walker, de Brighton, que coordena o Grupo de Estudos do Exorcismo Cristão, lembra de somente sete casos genuínos durante sua vida religiosa: "Normalmente, tudo que é preciso são conselhos e rezas".

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