sábado, 6 de julho de 2013

Carta ao Seminarista

A carta aos seminaristas parte de seis pressupostos: (1) os homens sempre terão necessidade de Deus; (2) Deus é tão grande que tem tempo para nossas coisas mais insignificantes; (3) Deus se mostrou a nós em Jesus Cristo; (4) Deus precisa de homens que vivam para Ele e O levem aos outros; (5) o mundo tem necessidade de sacerdotes; (6) o Seminário é uma comunidade que prepara para o serviço sacerdotal.
Com base nesse fundamento, Bento XVI destaca quatorze elementos importantes em um Seminário – isto é, valores que cada seminarista deverá cultivar: tornar-se um homem de Deus; relacionar-se pessoalmente com Deus em Jesus Cristo; transformar-se não em administrador de uma associação qualquer, mas em um mensageiro de Deus no meio das pessoas; “rezar sempre” – isto é, conservar continuamente um contato interior com Deus; escutar Deus na leitura da Sagrada Escritura para tê-Lo diante de si como ponto de referência na própria vida; receber os sacramentos, pois neles Deus se dá a cada um em pessoa, através de elementos corporais; fazer da Eucaristia o centro de sua relação com Deus; valorizar a Penitência para aprender a ter sobre si o olhar de Deus; desenvolver uma sensibilidade pela piedade popular, grande patrimônio da Igreja; valorizar o estudo para conhecer profunda e integralmente a Sagrada Escritura; para conhecer os santos Padres e os grandes Concílios; para compreender os diversos conteúdos da fé na sua unidade (dogmática); para conhecer as questões essenciais da teologia moral e da doutrina social católica; para conhecer as várias comunidades cristãs (teologia ecumênica) e as grandes religiões; para compreender o indagar e o questionamento humano (filosofia) ao qual a fé quer dar resposta; para compreender e amar o direito canônico; para ancorar a teologia na comunidade viva da Igreja; buscar a maturação humana, a fim de ser humanamente “íntegro” e, especialmente, integrar a sexualidade no conjunto da personalidade; assim, refletir sobre o celibato, para compreender se este caminho é a vontade de Deus “para mim” e praticar as virtudes humanas fundamentais, mantendo o olhar fixo em Deus, deixando-se purificar por Ele; considerar o Seminário como uma comunidade em caminho, que está acima das várias formas de espiritualidade (movimentos); ver o Seminário como um período em que se aprende um com o outro e um do outro; e colocar-se sob a proteção materna de Maria Santíssima, cuja casa em Nazaré foi escola de bem e de graça.



A carta de nosso Santo Padre, o Papa Bento XVI, aos seminaristas é um programa de vida não só para eles, mas para todos, especialmente os que se consagram com um coração indiviso a Deus. Por isso, recomendo vivamente aos seminaristas do nosso Seminário Arquidiocesano São José, aos membros das Obras das Vocações Sacerdotais, aos participantes da Pastoral Vocacional, o Movimento Serra e a todos os que se interessam pela vocação presbiteral a lerem com atenção e rezarem esta carta do Papa Bento XVI. 

Acolhamos com alegria esse texto papal para que a formação em nossa Arquidiocese seja enriquecida com este programa de vida espiritual e de itinerário de discernimento vocacional para todos os que querem, no Seminário, deixar-se lapidar para serem sacerdotes santos e que gastem a sua vida pelo Reino.

D. Orani João Tempesta, O. Cist.
Arcebispo Metropolitano de São Sebastião do Rio de Janeiro, RJ

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