domingo, 21 de julho de 2013

Escrito nas estrelas: Adolescentes

Adolescentes

Exaustos, mudos, sempre que os vejo, Nos bancos tristes que há na cidade, Sobe em mim próprio como um desejo Ou um remorso da mocidade... E até a brisa, perfidamente Lhes roça os lábios pelos cabelos Quando a cidade, na sua frente Rindo e correndo, finge esquecê-los! Eles, no entanto, sentem-na bela. (Deram-lhe sangue, pranto e suor). Quantos, mais tarde se vingam dela Por tudo o que hoje sabem de cor! E essas paragens nos bancos tristes (Aquela estranha meditação!) Traz-lhes, meu Deus, só porque existes, A garantia do teu perdão!


Até Amanhã

Sei agora como nasceu a alegria, como nasce o vento entre barcos de papel, como nasce a água ou o amor quando a juventude não é uma lágrima. É primeiro só um rumor de espuma à roda do corpo que desperta, sílaba espessa, beijo acumulado, amanhecer de pássaros no sangue. É subitamente um grito, um grito apertado nos dentes, galope de cavalos num horizonte onde o mar é diurno e sem palavras. Falei de tudo quanto amei. De coisas que te dou para que tu as ames comigo: a juventude, o vento e as areias.

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